A iluminação natural é explorada pelos mais proeminentes arquitetos como um dos principais elementos da arquitetura, para interagir com o corpo humano, em particular com o sentido da visão. A iluminação natural tem um papel essencial na experiência arquitetónica, conseguindo-se comunicar ideias, imagens ou sensações, mas também é importante ao assegurar o uso confortável dos edifícios.
A preocupação, mais recente, com a sustentabilidade na arquitetura acrescentou importância à luz natural, por permitir significativas reduções no consumo de energia, contribuindo para um desempenho e um equilíbrio sustentável na construção.
As características da iluminação natural, como a intensidade, direccionalidade e homogeneidade dependem da forma, quantidade e posição relativa no espaço dos dispositivos. Estas relações resultam em construções geométricas relacionadas com a posição e origem das fontes de luz natural e os modos de propagação da luz, podendo-se constatar uma geometria da iluminação natural na arquitetura.
Nesta publicação é apresentada uma recolha, sistematização e caraterização dos diversos tipos de dispositivos de captação de luz natural, com uma classificação e descrição das relações entre forma e fontes de iluminação natural, e a observação do modo como são usados pelos arquitetos.
António Paulo Leite Brito da Silva